O MESTRE: FORÇA-TAREFA DO GOVERNO DO ESTADO DISCUTE SECA DE ALTO RIO NOVO

VIRGÍLIO BRAGA

JORNALISTA: 0003539/ES

A força-tarefa do governo do Estado do Espírito Santo esteve nesta quinta-feira (15), em Alto Rio Novo, um dos municípios mais afetados pela forte seca que predomina no Estado e região, para tentar achar soluções que possa mudar a grande escassez hídrica que assola os moradores. O vice-governador César Colnago (PSDB) foi quem comandou os trabalhos, juntamente com a prefeita do município, Emanuela Pedroso (PDT), os secretários de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca; e de Meio Ambiente, Octaciano Neto, e Rodrigo Júdice, respectivamente. A comitiva, que ainda tinha vereadores de Alto Rio Novo, funcionários do Idaf, da prefeitura, Cesan, Incaper, entres outros órgãos, foram a Estação de Tratamento de Água (ETA) da Cesan e, também, a barragem onde a empresa de saneamento faz a captação da água bruta para ser tratada. Segundo informações, a vazão que deveria ser de 46 mil litros/hora, não está atingindo sete mil litros/água, atualmente, o que vem ocasionando o racionamento de água em toda a sede de Alto Rio Novo, desde o último dia 29. A prefeitura está buscando água bruta, através de um caminhão-pipa, de algum córrego e despejando na barragem para ver se aumenta a vazão. Também, um caminhão-pipa está buscando água tratada em frente ao Fórum de Pancas, diariamente. São feitas várias viagens por dia. Contudo, isso não tem dado conta devida várias residências e consumo que a sede possui. Logo após saírem da barragem, César Colnago, a prefeita e demais, foram se reunir com diversos produtores rurais do município, que também sofrem com a falta d’água. Suas produções agrícolas, criação de gado de corte e produção de leite, entre outros, estão prejudicadas. A irrigação está proibida na região. A multa é altíssima. Em discurso, a prefeita Emanuela Pedroso afirmou que a visita da força-tarefa é para definir o que fazer diante da forte seca. “Os representantes do Estado estão aqui para debater o que será feito a partir de agora”, disse a prefeita, que ainda tem o problema da crise econômica em seu município, onde a arrecadação cai o tempo todo, dificultando as finanças da prefeitura. Também em discurso aos produtores rurais, o vice-governador, que tem rodado pelo interior do Estado para todo lado, já que o governador Paulo Hartung (PMDB) quase não vem ao interior, disse que “o enfretamento da crise hídrica deve obedecer a seguinte lógica, com ações a curto, médio e longo prazo: a produção de água; a reservação de água; a racionalização e economia no consumo. Por exemplo, temos um sistema de irrigação muito antigo que desperdiça muita água. Hoje, já existem sistemas inteligentes que só liberam a quantidade de água necessária para as plantas. Temos que rever essas atitudes”, comparou César Colnago. Ele ainda leu um versículo da Bíblia que, segundo o mesmo, se refere a atual situação em que estamos vivendo. O vice-governador comentou sobre um dado preocupante para a região de Baixo Guandu, Pancas, Alto Rio Novo e Mantenópolis, que são municípios próximos a uma região de Minas Gerais. “Essa região é a que menos chove em todo o Estado há vários anos. São feitas medições desde 1934, onde se compravam isso”, disse Colnago, que ainda pediu para que todos economizem água. Aproveitando o momento, a reportagem de O Mestre questionou o secretário de Agricultura, Octaciano Neto, sobre a barragem de Laginha, distrito de Pancas, que está sem água há mais de um mês. Como já foi noticiado numa reportagem deste veículo de comunicação semana passada, a construção da barragem deverá sair no início do ano que vem. Indagado sobre a demora da construção que era para ter sido feita ontem e não amanhã, o secretário demonstrou que o projeto foi feito errado ou coisa parecida, pelo governo passado. Contudo, segundo informações, a construção começaria no início deste ano, porém, o novo governo do Estado, não fez a licitação, onde vem fazendo cortes em diversas áreas, prejudicando a população capixaba. Enquanto as autoridades não sabem e atrapalham, resta a todos pedir a Deus que mande chuva e mais chuva. Já na sede de Pancas, o racionamento de água ainda não ocorreu, entretanto, poderá ocorrer em poucos dias, caso não chova logo.

FOTOS: VIRGÍLIO BRAGA