sexta-feira, 8 de maio de 2020

SAÚDE MENTAL EM ÉPOCA DE CORONAVÍRUS


Psicóloga relata sobre a importância de cuidarmos de nossa mente durante o isolamento social



 A situação que estamos vivendo é única, ou seja, nunca vivida antes. Perante isso, é nítido a sensação de insegurança refletida em nós. Não temos um repertório de como agir em algo tão inédito em nossas vidas e nos últimos meses o medo e o pânico têm feito parte de nosso cotidiano, causando uma disfunção comportamental coletiva. Cuidados exigidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) são fundamentais para nos proteger contra o vírus, mas devemos lembrar também que o cuidado com a saúde mental nesta situação se torna tão importante quanto lavar as mãos. Estudos comprovam que nosso cérebro reage de forma negativa quando não sabemos como será o dia de amanhã, apresentando reações que transparecem em nossos comportamentos, como uma forma de nos preparar para a luta. Em meio a toda essa pandemia, torna-se inevitável nossa preocupação com nossa saúde e de nossos familiares, nosso trabalho (se continuaremos com ele), e até mesmo sobre quanto tempo durará tudo isso. Essas oscilações emocionais podem atingir nosso sistema imunológico, fazendo com que nossa imunidade diminua neste momento em que tanto precisamos de proteção.

Algumas sugestões podem nos ajudar a atravessar esse período de forma mais saudável, que são:

1. Reduzir nosso fluxo de informação, restringindo o número de vezes que procuramos por notícias em relação ao vírus em redes sociais, TVs, sites, etc. É essencial estarmos informados, porém o grande número de notícias catastróficas, além de muitas fake news e compartilhamentos de vídeos com conteúdos sem comprovação científica ultimamente, tem agravado a saúde mental de muitas pessoas com predisposição a apresentar sintomas compatíveis com a depressão e principalmente o aumento dos transtornos de ansiedade. Devemos conter nosso impulso e filtrar o que precisa ser visto ou não. Uma forma de regular isso seria estipular um horário pelo turno da manhã, tarde ou noite para se informar sobre as notícias do mundo em ambientes seguros. 

2. Estabelecer atividades rotineiras, mesmo que em casa, procurando fazer as mesmas coisas ou algo parecido nos mesmos horários que fazíamos antes, como, por exemplo, o trabalho (seja por home office) ou atividades físicas, entre outras atividades de nossa preferência e que nos façam bem. Essa dica também vale para as crianças. Estipular uma rotina é fundamental para que não haja um agravamento no nível de ansiedade e comportamento dos pequenos, que se veem presos em casa e sem poder ir à escola neste momento. Engajar em atividades rotineiras faz com que nosso cérebro entenda que, dentro do possível, tudo está tranquilo conosco, além de fazer com que consigamos parar o fluxo de pensamentos intrusivos de catástrofes.

3. Praticar exercícios de relaxamento, são muito importantes para controlar nosso corpo em relação a situações ansiosas. Em momentos de extrema ansiedade nosso cérebro emite sinais ao nosso corpo fazendo com que nosso coração aumente a frequência de batimentos e nossa respiração se altere. Um controle da respiração nestes casos faz com que nosso cérebro receba oxigênio necessário, causando uma sensação de tranquilidade e um efeito de relaxamento. Um dos exercícios mais fáceis de se fazer são as técnicas do Mindfulness, que são facilmente encontradas em tutoriais pela internet. Perante isso, podemos afirmar que cuidar de nossa saúde física e de nossas famílias é primordial neste momento, mas não devemos negligenciar nossa saúde mental.

    FOTO: DIVULGAÇÃO
Psicóloga Euciléia Vasconcelos Malta


EUCILÉIA VASCONCELOS MALTA

PSICÓLOGA CRP16/7112

Graduada em Psicologia

Pós-graduanda em Neuropsicologia

Atendimentos on-line e presenciais em São Gabriel da Palha- ES

Instagram: @psi_leiavasconcelos


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2 comentários:

  1. Parabéns Dr. Euciléia e Jornal O Mestre pela excelente matéria!

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  2. Obrigada pelas dicas Dr. Euciléia Vasconcelos Malta.

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