A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reuniu, na tarde desta
quarta-feira (18), em Vitória, os municípios que receberão as 350 mil
doses da vacina contra febre amarela, enviadas pelo Ministério da Saúde.
No encontro, o secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira,
reforçou que esta é uma vacinação cautelar, medida preventiva adotada
pelo Estado e pelo Ministério, uma vez que não há confirmação da doença
no Espírito Santo. As 350 mil doses da vacina já chegaram ao Estado e
estão sendo liberadas para as Regionais de Saúde, onde os municípios
poderão retirar a partir desta quinta-feira (19).
“A posição que estamos é de liderança, por isso temos que conduzir
com tranquilidade esse cenário, pois não há motivos para pânico. O
Espírito Santo não é considerado área de risco para febre amarela. Quem
mora nessas 26 cidades serão vacinados preventivamente e este bloqueio
irá beneficiar e proteger toda a população do Estado”, ressaltou
Oliveira aos prefeitos, secretários municipais de saúde e representes
dos municípios presentes na reunião.
Serão vacinados os moradores dos municípios que fazem divisa com
Minas Gerais, onde estão sendo investigados casos da doença, e também
pelo fato de a região ser formada por uma mata contínua, sem barreiras
com o Estado.
Os municípios que irão vacinar a população como medida cautelar são:
Água Doce do Norte, Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Barra de São Francisco,
Brejetuba, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Guaçuí, Ibatiba,
Ibitirama, Irupi, Iúna, Laranja da Terra, Mantenópolis, Montanha,
Mucurici, Pancas, Afonso Cláudio, Ecoporanga, Colatina, Itaguaçu,
Governador Lindenberg, Conceição do Castelo, Venda Nova do Imigrante,
São Roque do Canaã e São Gabriel da Palha.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Danielle Grillo,
conversou com os municípios sobre as recomendações para vacinação contra
a febre amarela e deu algumas orientações. Segundo ela, a vacinação
imediata contra febre amarela deve ser, preferencialmente, para pessoas
que vivem em áreas rurais dos municípios e para quem nunca se imunizou
contra a doença.
Para o restante do Estado, a recomendação de vacinação continua a
mesma: apenas pessoas que vão viajar para regiões silvestres, rurais ou
de mata localizadas em áreas de risco para febre amarela. As vacinas
para atender a este público – 150 mil doses solicitadas ao Ministério da
Saúde – devem chegar ainda nesta semana.
No Brasil, quase todos os estados têm regiões com recomendação de
vacinação. Além do Espírito Santo, os estados que não têm recomendação
para vacina são Rio de Janeiro, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
CASOS SUSPEITOS
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recebeu a notificação de seis
casos suspeitos com quadro indicativo de febre amarela, febre maculosa,
dengue e outras doenças com sintomas semelhantes. Os casos são de zona
rural e estão sendo investigados. Até o momento, não há confirmação da
doença no Espírito Santo.
VACINAÇÃO
A vacinação contra febre amarela segue critérios recomendados pelo
Programa Nacional de Imunizações. O Ministério da Saúde alerta que, nos
casos de pacientes com imunodeficiência, a administração da vacina deve
ser condicionada à avaliação médica de risco-benefício. Pessoas com
histórico de reação alérgica a substâncias presentes na vacina (ovo de
galinha e seus derivados, gelatina e outros produtos com proteína
bovina), além de pacientes com histórico anterior de doenças do timo
(miastenia gravis, timoma, ausência de timo ou remoção cirúrgica) também
devem buscar orientação profissional.
O Ministério da Saúde passou a recomendar a aplicação de duas doses
da vacina contra febre amarela, válidas para a vida toda. O viajante
deve buscar uma unidade municipal de saúde caso ainda não tenha tomado a
primeira dose da vacina ou a dose de reforço. Se for a primeira vez que
a pessoa é vacinada, a dose deve ser aplicada pelo menos dez dias antes
da viagem para que o organismo produza anticorpo contra a doença.
Quanto aos viajantes internacionais, alguns países exigem a
apresentação do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia
(CIVP), que é obtido mediante apresentação do Cartão Nacional de
Vacinação – comprovante válido em todo o território brasileiro – em um
Centro de Orientação do Viajante da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). No Espírito Santo, o Centro de Orientação do
Viajante funciona no aeroporto de Vitória.
Orientação para vacinação contra febre amarela para residentes em área com recomendação da vacina ou viajantes para essa área
CONTRAINDICAÇÕES:
- Crianças menores de 6 meses de idade;
- Pacientes com imunodepressão de qualquer natureza;
- Pacientes infectados pelo HIV com imunossupressão grave;
- Pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras (corticosteroides, quimioterapia,radioterapia, imunomoduladores);
- Pacientes submetidos a transplante de órgãos;
- Pacientes com imunodeficiência primária;
- Pacientes com neoplasia;
- Indivíduos com história de reação anafilática relacionada a
substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados,
gelatina bovina ou outras);
- Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia
gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica);
- A administração deve ser analisada caso a caso na vigência de surtos.
AÇÕES
A Secretaria de Estado da Saúde está monitorando a situação
epidemiológica. Entre outras ações, está a criação do gabinete de
monitoramento; reunião com especialistas; reunião com os prefeitos e
secretários municipais de saúde dos municípios onde haverá vacinação
cautelar; reunião com área técnica da Imunização dos municípios;
elaboração do Protocolo de Manejo Clínico; além de capacitações sobre
manejo clínico da doença e sobre protocolos de indicação para vacinação.
FEBRE AMARELA
Uma pessoa com febre amarela apresenta, nos primeiros dias, sintomas
parecidos com os de uma gripe. Entretanto, esta é uma doença grave, que
pode complicar e levar à morte. Os sintomas mais comuns são febre alta e
calafrios, mal-estar, vômito, dores no corpo, pele e olhos amarelados,
sangramentos, fezes cor de “borra de café” e diminuição da urina.
A febre amarela silvestre é transmitida pela picada de mosquitos
Haemagogus e Sabethes, que vivem em matas e vegetações à beira dos rios.
Quando o mosquito pica um macaco doente, torna-se capaz de transmitir o
vírus a outros macacos e ao homem. A forma silvestre da doença é
endêmica nas regiões tropicais da África e das Américas.
Nas cidades, a doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o
mesmo vetor da dengue, zika e chikungunya. Pessoas que fazem ecoturismo
ou que entram em matas por algum outro motivo, correm o risco de serem
picadas pelo mosquito Haemagogus infectado e contrair a doença. De volta
à área urbana, essas pessoas podem ser picadas pelo Aedes aegypti,
podendo dar início à reurbanização da doença. O último caso de febre
amarela urbana no Brasil ocorreu no Acre em 1942.
Uma vez que a febre amarela no meio urbano é transmitida pelo
mosquito Aedes aegypti, eliminar depósitos que possam acumular água é
uma das medidas de prevenção. Por isso, é importante que a população
eleja um dia fixo da semana para combater o mosquito em casa, e, assim,
impedir a proliferação do vetor eliminando seus criadouros.
FOTO:ASSCOM/SESA
As informações são da assessoria de imprensa da Sesa-ES
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