VIRGÍLIO BRAGA
JORNALISTA: 0003539/ES
Diante de vários registros
de mortes de macacos em vários municípios do Espírito Santo, incluindo Pancas,
várias cidades vão receber a vacina contra a febre amarela, a partir desta
segunda-feira (16). A vacina será enviada pelo Ministério da Saúde. Serão
enviadas ao Estado 350 mil doses da vacina, para 23 municípios que fazem limite
com Minas Gerais. Até o momento, 80 macacos da espécie Alouatta (conhecido como bugio ou barbado) morreram. Em Pancas,
foram 17. Alguns morreram no córrego Floresta, região do distrito de Laginha.
Serão feitos exames no macacos mortos para saber se eles morreram por causa da
febre amarela. Além de Pancas, mais 22 municípios vão receber a vacina: Alto
Rio Novo, Água Doce do Norte, Afonso Cláudio, Baixo Guandu, Barra de São
Francisco, Brejetuba, Colatina, Conceição do Castelo, Divino de São Lourenço, Dores
do Rio Preto, Ecoporanga, Governador Lindenberg, Guaçuí, Ibatiba, Ibitirama,
Irupi, Itaguaçu, Iúna, Laranja da Terra, Mantenópolis, Montanha e Mucurici.
Uma
pessoa com febre amarela apresenta, nos primeiros dias, sintomas parecidos com
os de uma gripe. Entretanto, esta é uma doença grave, que pode complicar e
levar à morte. Os sintomas mais comuns são febre alta e calafrios, mal-estar,
vômito, dores no corpo, pele e olhos amarelados, sangramentos, fezes cor de
“borra de café” e diminuição da urina. A febre amarela silvestre é transmitida
pela picada de mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem em matas e vegetações
à beira dos rios. Quando o mosquito pica um macaco doente, torna-se capaz de
transmitir o vírus a outros macacos e ao homem. A forma silvestre da doença é
endêmica nas regiões tropicais da África e das Américas. Nas cidades, a doença
é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue, zika e
chikungunya. De acordo com o coordenador do Centro de Emergências em Saúde
Pública da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), pessoas que fazem ecoturismo
ou que entram em matas por algum outro motivo correm o risco de serem picadas
pelo mosquito Haemagogus infectado e contrair a doença. De volta à área urbana,
essas pessoas podem ser picadas pelo Aedes aegypti, podendo dar início à reurbanização
da doença. O último caso de febre amarela urbana no Brasil ocorreu no Acre em
1942.
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