VIRGÍLIO BRAGA e ASSESSORIA DE IMPRENSA DA SESA-ES
A
Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmou na manhã desta terça-feira (31)
mais duas mortes por febre amarela. Um caso é de Ibatiba, região Sul do Estado,
e o outro é de um morador de Pancas. Contudo, a Sesa não informou o nome do
panquense que morreu vítima da doença, no último dia 23. “Não informamos o nome para preservar a privacidade
do paciente”, disse uma assessora de imprensa da Secretaria ao jornal O Mestre. Sobe para três mortes confirmadas de febre amarela no Espírito Santo. O outro caso confirmado é do pedreiro Albenes da Silva Azevedo, de 33 anos, que morava em Ibatiba, e faleceu no último dia 20. Ele morreu em um hospital de Manhuaçu, Minas Gerais. O próprio hospital mineiro confirma que Albenes morreu de febre amarela, porém, a Sesa e o Governo do Minas estão investigando o caso. De acordo com a Secretaria de
Estado da Saúde, a pasta já recebeu 45 notificações de febre amarela. Duas
notificações foram descartadas. Do total de 43 casos, onze foram confirmados
para febre amarela silvestre, sendo que dois casos evoluíram para óbito
(Ibatiba e Pancas), sete pacientes receberam alta hospitalar e dois estão
internados com quadro estável. Os dados foram atualizados na manhã desta
terça-feira pelo Secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira, em
entrevista concedida à imprensa na sede da Sesa, na Enseada do Suá, em Vitória.
Os casos confirmados são de moradores de Ibatiba (05), Baixo Guandu (01),
Brejetuba (01), Colatina (01), Conceição do Castelo (01), Itaguaçu (01) e
Pancas (01). Com isso, há 32 casos em investigação com quadro indicativo também
de leptospirose, febre maculosa, dengue e outras doenças com sintomas
semelhantes. O secretário salientou que todos os casos registrados até o
momento no Espírito Santo são de pessoas residentes em áreas rurais e que a
transmissão ocorreu em área de mata. Oliveira comentou que a febre amarela é um
problema que precisa ser enfrentado por toda a sociedade e que é necessário ter
tranquilidade em vez de pânico. “Temos buscado conduzir essa situação da forma
mais responsável possível, sem ceder ao pânico infundado. É claro que estamos
num momento de preocupação, mas estamos conseguindo administrar a proteção à
saúde das pessoas”, disse o secretário. O virologista Pedro Fernando da Costa
Vasconcelos, um dos maiores especialistas em febre amarela do mundo, está no
Espírito Santo, a convite da Secretaria de Estado da Saúde, para acompanhar as
ações de enfrentamento contra a doença. Além de diretor do Instituto Evandro
Chagas (IEC), no Pará, ele ocupa posições em diversas outras instituições no
Brasil e no exterior, e participou diretamente do isolamento e da caracterização
de mais de 10 mil cepas de vírus e da identificação de mais de 100 vírus novos
para a ciência. Na avaliação do especialista, o Espírito Santo está no caminho
certo, adotando as medidas necessárias para evitar o avanço da febre amarela
para a área urbana. “Acredito que o risco de urbanização da doença é quase
nulo”, comentou Vasconcelos, que realizará uma visita à Ibatiba ainda nesta
terça (31) e ministrará uma palestra para profissionais de saúde amanhã, em
Vitória.
ESPECIALISTA
EM FEBRE AMARELA
Pedro
Fernando da Costa Vasconcelos é graduado em medicina pela Universidade Federal
do Pará, doutor em Medicina e Saúde pela Universidade Federal da Bahia e
pós-doutor pelo Centro Médico da Universidade do Texas, em Galveston, nos
Estados Unidos. Desde 1998 é diretor do Centro Colaborador da Organização
Mundial de Saúde (OMS)/Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para Pesquisa
e Referência em Arbovírus e coordenador do Laboratório de Referência Nacional
de Dengue, Febre Amarela, Chikungunya, West Nile e outras arboviroses, ambos
sediados no IEC. É coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
para Febres Hemorrágicas Virais (INCT-FHV) do IEC. Tem mais de 220 artigos e de
50 capítulos publicados em periódicos e livros científicos no Brasil e no
exterior.
DOAÇÃO
DE SANGUE
O
Hemocentro do Estado do Espírito Santo (Hemoes) pede o apoio da população para
doar sangue. Quem tomou a primeira dose da vacina contra febre amarela ou a
dose de reforço – que é aplicada dez anos após a primeira – deve aguardar 30
dias para doar sangue.