WAGNER BOURGUIGNON-ALES
Comissão
representativa da Assembleia Legislativa (Ales) realizou audiência
pública na tarde desta terça-feira (10), para tratar dos impactos
ambientais causados pela lama proveniente do rompimento de duas
barragens da mineradora Samarco na cidade de Mariana, Minas Gerais. A lama de
rejeitos está se aproximando do Espírito Santo através do Rio Doce e
deverá atingir as cidades de Baixo Guandu, Colatina e Linhares.
Prefeitos
da região cobraram providências com relação ao abastecimento da água
tratada e ações da empresa Samarco Mineração, para minimizar os
problemas causados pelo rompimento das barragens.
Participaram
do encontro o presidente da Assembleia, deputado Theodorico Ferraço (DEM), e
os deputados Almir Vieira (PRP), Josias Da Vitória (PDT), Dary Pagung (PRP),
Edson Magalhães (PMDB), Eliana Dadalto (PTC), Erick Musso (PP), Janete
de Sá (PMN) Luzia Toledo (PMDB), Nunes (PT), Raquel Lessa (SD) e Rodrigo
Coelho (PT); o secretário de Estado de Saneamento, Habitação e
Desenvolvimento Urbano, João Coser; o prefeito de Colatina, Leonardo
Deptulski (PT); o prefeito de Baixo Guandu, Neto Barros (PCdoB); além de vereadores e
representantes da Defesa Civil.
O
prefeito Leonardo Depultski, falou das ações que estão
sendo desenvolvidas para que a população não sinta diretamente os
impactos da tragédia ocorrida em Minas Gerais.
“Inicialmente
nós estamos realizando uma mobilização na sociedade, para que possamos
dar todos os passos necessários para cuidar da população com o
abastecimento de água. Traçamos uma estratégia com 10 carros-pipa de
água tratada cedida pela prefeitura de Linhares e mais 40 cedidos pela
Samarco, para captar água bruta para tratar e distribuir para a
população fazendo com que a água chegue a toda a região”, explicou.
Já
o prefeito de Baixo Guandu, Neto Barros, cobrou providências dos órgãos
ambientais do Estado, punição aos responsáveis pela tragédia e pediu
que o caso ocorrido não caísse no esquecimento das autoridades.
“Não
se fala em crime ambiental, em responsabilizar os responsáveis pela
tragédia. É preciso que não deixamos esse caso entrar no rol dos casos
que entraram no esquecimento no Brasil. Baixo Guandu não vai descansar,
nós vamos lutar pelos direitos da nossa população e vamos exigir que os
responsáveis sejam punidos”, prometeu.
“Por
onde essa onda de rejeitos passa ela deixa problemas. Nas cidades onde
ela já passou sabemos que a população ficará aproximadamente 30 dias sem
abastecimento de água. A nossa flora, fauna e os pescadores dependem do
Rio Doce. E agora? Quem pagará o preço?”, questionou Barros, criticando
a empresa Samarco, que segundo ele foi “a última a aparecer” pois não
tinham um plano de contingência para catástrofe.
O
secretário de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano,
João Coser, falou das ações que serão tomadas pelo governador Paulo
Hartung (PMDB), na região. “Vamos acompanhar e analisar a água assim que ela
chegar. Contratamos laboratórios para análise das águas. Caso detectamos
algum problema na água, nós vamos cortar o abastecimento até que a água
possa ser usada normalmente”, pontuou.
O deputado Josias Da Vitória, presidente da comissão representativa da Ales, espera que o impacto seja menor do que o esperado.
“Fizemos
um sobrevoo na região, e mesmo sem perceber o mar de lama, vimos
alterações na cor da água, que já está avermelhada, principalmente em
Colatina. As barragens de Aimorés e Mascarenhas estão com as comportas
abertas para liberar água e reservar espaços para os rejeitos e é
possível notar a elevação do nível do Rio. Esperamos que o impacto seja
em menor proporção do que foi noticiado”, afirmou o pedetista. Da
Vitória disse ainda que o colegiado vai convocar a diretoria da Samarco
para que eles possam apresentar as ações que serão implantadas no
Estado.
O ACIDENTE
O
acidente ambiental foi causado pelo rompimento de duas barragens de
rejeitos da mineradora Samarco, na tarde da última quinta-feira (05).
Segundo o diretor-presidente da empresa, Ricardo Vescovi, romperam-se as
barragens de Fundão e Santarém, na unidade industrial de Germano,
localizada entre os municípios de Mariana e Ouro Preto, a cerca de 100
km de Belo Horizonte.
O
primeiro local atingido pela lama foi o distrito de Bento Rodrigues, em
Mariana, na Região Central de Minas Gerais. O saldo da tragédia até o
momento é de seis mortos confirmados e 21 desaparecidos.
FOTO: WAGNER BOURGUIGNON
Deputados estaduais em audiência pública, realizada ontem (10), no plenário da Câmara de Vereadores de Colatina |
al.es.gov.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário