VIRGÍLIO BRAGA
JORNALISTA: 0003539/ES
O delegado de Polícia Civil do Espírito
Santo, Carlos Pedro de Alcântara Filho, foi homenageado com uma placa na manhã
desta sexta-feira (06), nas dependências da Delegacia de Pancas. Carlos Pedro
que faleceu no dia 03 de agosto deste ano, em Nitéroi, Rio de Janeiro, vítima
de enfarte, comandou a delegacia do município por cerca de doze anos. Alcântara
aposentou-se em março de 2015. Ele também foi investigador da Polícia Civil do
Estado do Rio de Janeiro, antes de vim para o Espírito Santo. Além de Pancas,
Carlos Pedro trabalhou nas delegacias de Pinheiros, Mantenópolis, Alto Rio
Novo, além da 14ª Delegacia Regional de Barra de São Francisco, a qual foi sua
última. Mesmo designado por seus superiores para Barra de São Francisco, o
delegado continuou mantendo residência em Pancas, por gostar deste município,
como sempre destacava. De linha dura em seu trabalho, Carlos Pedro era
considerado referência perante sua classe e também em toda à Polícia Civil. “O
delegado Carlos Pedro de Alcântara Filho desenvolveu seu mister com
profissionalismo e galhardia. Exerceu todos seus anos na PC capixaba no Norte
do Estado, jamais deixou de combater o bom combate. Enquanto muitos nem bem
chegam e querem ser removidos, ele não, ao contrário, com paciência e sabedoria
foi rompendo barreiras e se tornou um vencedor. Foi, e será sempre um exemplo
para todos”, disse o delegado Joel Lyrio, numa postagem da rede social
Facebook, no dia de seu falecimento. Já na solenidade em Pancas, na manhã desta
sexta-feira, amigos particulares e também colegas de profissão, além de
autoridade política, enalteceram suas virtudes e, até momentos de intimidade com
a relação que a amizade traz. Grande amigo de Carlos Pedro, na qual trabalhou com
ele por quase quatro anos na delegacia de Pancas, o escrivão Theo Zacché, que também
articulou e organizou a homenagem, juntamente com outros e com o atual delegado
titular desta delegacia, Renan Alves dos Santos, fez um discurso emocionado e
descreveu como era o amigo e seu ex-comandante. “O delegado Carlos Pedro, sem
dúvida, sempre será um dos ícones da Polícia Civil deste Estado. Durante toda a
sua trajetória, enalteceu o nome da instituição. Sempre balizado pela
honestidade e pelo decoro, prestou relevante serviços ao Estado do ES,
notadamente a estado cidade de Pancas, que ele tanto apreciava. Foste, assim,
Carlos Pedro um exemplo profissional. Mas o Dr. Carlos não se resumia a isso.
Mais do que um servidor público, na estrita acepção da expressão, Carlos Pedro
era uma cidadão de bem. Sua simplicidade era sua marca registrada. Tanto é
verdade que o grupo de amigos que formamos nesta cidade (Pancas) era composto, em sua maioria, de pessoas simples, mas dignas. Por vezes presenciei
ele ser convidado a estar com pessoas de posses, convites aos quais ele não
compareceu por saber que não era de bom tom, fosse como delegado, fosse como
cidadão de princípios. Carlos era um cidadão digno, que eu me sentia
envaidecido, lisonjeado de seu amigo. Além de tudo, ele gostava de passar
despercebido. Tanto que, de onde está, aposto, está vociferando por conta desta
homenagem que se apequena quando comparada a sua história de delegado, de
cidadão. Hoje tenho certeza de que o Dr. Carlos Pedro deu azo às sábias
palavras que um dia foram ditas, já que viveu de modo que sua presença não
fosse notada, mas para que sua ausência fosse extremamente sentida. Saibam que,
aonde quer que eu vá, levarei comigo o que aprendi com ele. Encerro invocando a
letra de uma das canções que mais representa a graça de ter sido amigo de alguém
que partiu: “venha o que vier, qualquer dia amigo eu volto a te encontrar,
qualquer dia amigo, a gente vai se encontra”, disse Theo Zacché. Também
marcaram presenças o delegado-chefe da 15ª Delegacia Regional de Colatina, José
Henrique de Oliveira, o delegado da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes de
Colatina, Landulpho Lintz, além do delegado Renan Alves e sua equipe, entre
eles o investigador Manoel Ronchetti, o comandante do DPM de Pancas, sargento Ronaldo, o
presidente da Câmara de Vereadores, Valdeci Basto, o Nenego (PSL), o empresário
Edmar Castelan, o comerciante Degas, José Roberto Alves, o Betinho, além de
outros colegas de Polícia Civil e amigos de Carlos Pedro. Em discurso, o
delegado Landulpho Lintz, que também trabalhou em Pancas nos anos 2000, falou
das dificuldades que ele e Carlos Pedro tiveram nesta delegacia, fazendo
referência à fama de grupos de extermínio e a “coronéis” que Pancas possuía. O
delegado chegou a dizer que os índices de homicídios eram enormes na região. Hoje, não é mais. “Era cerca de quatro homicídios por semana, nesta região”,
ressaltou o delegado. Já o delegado José Henrique, que se formou com Carlos
Pedro Alcântara, destacou como era seu colega de profissão, referindo-se como
um ótimo profissional, além do seu jeito durão e espontâneo. Recém-chegado ao
posto de delegado, Renan Alves dos Santos disse que a Polícia Civil possui bons
exemplos de profissionais para seguir, fazendo referência ao trabalho de Carlos
Pedro. “Temos muitos bons exemplos dentro da instituição. Isso traz tranquilidade. A gente vê que não estamos sozinhos, e que podemos trilhar novos
caminhos. Fica até um afago esses bons exemplos que a gente têm”, ressaltou o
delegado Renan, titular da Delegacia de Pancas. Já a placa de homenagem ao
delegado falecido, foi fixada na parede da recepção da delegacia. “Dr. Carlos
Pedro de Alcântara Filho... Prestaste relevantes serviços à PC/ES, em especial,
à cidade de Pancas. Foste um DELEGADO atuante, sempre balizado em princípios éticos
e morais. Sua probidade e honestidade servirão de exemplo para os demais. * 13/03/1957,
+ 03/08/2015”, são os dizeres da placa, que, ainda, possui uma foto do mesmo,
feita pelo jornal O Mestre, através
do jornalista Virgílio Vasconcelos Braga, em 2013, em uma das várias
entrevistas. A direção deste jornal destaca que o delegado Carlos Pedro foi um
grande parceiro de O Mestre, onde
concedia entrevista relatando tudo sobre os crimes ocorridos neste município,
mantendo toda à população informada. Alcântara foi quem deu iniciativa para que
o jornal publicasse fatos policiais, que foi o nome da coluna do jornal
impresso, escolhido por ele. “Grande parceiro do jornal. Fizemos uma grande
amizade diante das várias entrevistas. Foi um grande incentivador para eu
conseguir meu registro de jornalista. Deixou saudade!”, disse o diretor de O Mestre, Virgílio Braga. “Grande amigo,
perca irreparável”, disse Betinho. Carlos Pedro morreu aos 58 anos, era
solteiro, não tinha filho, onde deixou cinco irmãos, a maioria reside em
Niterói. Em meio a tanta homenagem, um dos irmãos, Eduardo Alcântara, que
também reside em Niterói, agradeceu a todos pela honraria a seu irmão, na qual
ele se refere como Carlinhos. “Linda a homenagem. Fiquei muito emocionado e
cheio de orgulho dele e de vocês todos que o acolheram no Espírito Santo e,
principalmente, em Pancas. Obrigado mais uma vez a todos”, disse Eduardo pelo
whatsApp, que, virá juntamente com sua família ao Estado e a Pancas, em
dezembro para rever os amigos de Carlos Pedro.
FOTOS: VIRGÍLIO BRAGA
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Placa fixada na recepção da Delegacia de Pancas. Homenagem ao delegado falecido Carlos Pedro de Alcântara Filho, que comandou a mesma por cerca de doze anos |
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Delegado da Deten de Colatina, Landulpho Lintz, José Henrique de Oliveira (ao centro), chefe da 15ª Delegacia Regional de Colatina, e o delegado titular da Delegacia de Pancas, Renan Alves dos Santos |
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Manoel Ronchetti, investigador da Polícia Civil, o escrivão Theo Zacché, e o comandante do DPM de Pancas, sargento Ronaldo |
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O comerciante Degas e o presidente da Câmara de Pancas, vereador Valdeci Basto, o Nenego (PSL), também estiveram na solenidade |
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Theo Zacché, e os delegados Renan Alves e José Henrique de Oliveira, retiram o pano que cobria a placa |
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Escrivães, delegados e investigadores da Polícia Civil de Pancas e Colatina |
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Autoridades e amigos de Carlos Pedro de Alcântara Filho, prestaram homenagem ao delegado que faleceu no dia 03 de agosto, vitima de enfarte |
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