VIRGÍLIO BRAGA
JORNALISTA: 0003539/ES
Os moradores e autoridades de Pancas
andam preocupados com o grande aumento de pessoas do município que contraíram
dengue, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O mosquito também
transmite a chikungunya, além da temida zika vírus, que causa a microcefalia
(má-formação cerebral) em bebês quando estão em gestação. A zika vírus já é
tratada como epidemia no Brasil. Treze casos
já foram confirmados até o presente momento no Estado. Em Pancas nenhum caso
ainda foi confirmado pelas autoridades que acompanham a situação. Várias mulheres
que estão grávidas andam preocupadas com a perigosa zika vírus. Repelentes já
faltam em farmácias do município. Outras medidas também estão sendo tomadas para
evitar a contaminação. Os médicos já recomendam que a mulher evite engravidar
pelos próximos seis meses. Já sobre os casos de dengue em Pancas, segundo a
chefe da Vigilância Epidemiológica e Ambiental do município, Clemilda Almeida
de Paiva, a situação é gravíssima diante de vários casos registrados e também
de vários focos da proliferação do mosquito Aedes aegypti. De junho até os
primeiros dias de dezembro deste ano, 131 casos foram notificados. 105 pessoas
foram diagnosticadas com dengue. Ainda de acordo com a chefe da Vigilância
Epidemiológica, ela e os funcionários da Vigilância, na manhã desta sexta-feira
(04), foram a vários locais da sede de Pancas, onde foram constatados vários “criadouros”
do mosquito, entre eles, em diversas dependências de órgãos públicos, como por
exemplo, a garagem da Prefeitura de Pancas, além da Delegacia de Polícia Civil
do município, e um terreno da Companhia Espírito-Santense de Saneamento
(Cesan), no bairro Nílton Sá. Durante a entrevista, que aconteceu no prédio da
Vigilância foi possível ver através de imagens, como esses locais públicos contribuem
para a proliferação do Aedes aegypti. Também durante todo o tempo em que a
reportagem de O Mestre esteve no
prédio, vários moradores do município chegavam com exames para mostrar a Clemilda
como andam as situações clínicas das pessoas que contraíram a dengue. O que
ficou claro é que a Vigilância Epidemiológica de Pancas não possui todas as ferramentas
para combater o mosquito que hoje é o mais temido pela Secretaria de Estado da
Saúde. Até o veneno para matar o mosquito é escasso, o que atrapalha o trabalho
dos funcionários do departamento. Foi possível constatar também que a classe
está abandonada, onde até suas bolsas estão rasgadas, costuradas, além de
botinas sem condições de uso. Contudo, Clemilda afirmou que o combate ao
mosquito continua. “Várias campanhas foram feitas. Pedimos apoio da população.
Vamos fazer um mutirão para retirar entulhos, e demais locais que armazenam água,
entre outros, já que esses locais são onde criam o mosquito. Levamos o chefe da
Cesan de Pancas, para ele tomar providências nos locais da empresa, como no bairro
Nílton Sá, por exemplo. Também fomos à delegacia”, destacou Clemilda Paiva. Na
garagem da prefeitura e na delegacia, vários carros jogados nos dois pátios
estão armazenando água, fato ideal para a proliferação do Aedes aegypti. A
reportagem esteve no bairro Nílton Sá, após reclamações dos moradores. Segundo
Manoel Cláudio, que reside em frente a um terreno baldio da Cesan, e que também
é um grande foco do mosquito, o bairro está abandonado pelas autoridades. “Estamos
sofrendo aqui no bairro. À noite ninguém consegue dormir de tanto pernilongo,
por causa desse terreno da Cesan e do esgoto que escorre próximo. Não temos
prefeito. O bairro está num matagal danado. Está abandonado. Pedimos
providências. Além de sermos picados pelo pernilongo, poderemos pegar a tal da dengue”, disse
Manoel, que ainda mostrou o grande foco do mosquito da dengue, ao lado de
vizinhos e de um morador do bairro Vila Nova, o pedreiro Luiz Valverde, que realiza obra em uma residência
do bairro. Realmente o caso é preocupante em Pancas. É importante que a
população possa ficar de olho e ajudar a combater o mosquito transmissor da
dengue, zika vírus e chikungunya.
FOTOS: VIRGÍLIO BRAGA
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Moradores do bairro Nílton Sá, juntamente com o pedreiro Luiz Valverde, posam ao lado de um grande foco, que é um terreno da Cesan |
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Matagal em que o morador Manoel Cláudio reclama. Além do mato, esgoto escorre no local. Pernilongo é o que mais tem no bairro. Vários moradores do bairro estão com dengue |
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Terreno baldio da Cesan, no bairro Nílton Sá. O chefe da empresa no município, Paulo Casagrande, esteve no local, juntamente com Clemilda Almeida de Paiva. Ele prometeu providências, segundo informações |
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Água parada no terreno baldio da Cesan, no bairro Nílton Sá. Moradores estão preocupados com esse local |
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Garagem da prefeitura de Pancas, na rua Lourenço Gomes Filho. Vários focos do mosquito da dengue foram encontrados no local. Nem os órgãos públicos estão dão exemplos de prevenção |
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Manilhas instaladas pela empresa Samon, à beira do rio panquinhas, também são locais propícios para criação do mosquito. À Cesan também tomará providências. O local fica próximo a ponte que dá acesso as Escolas Arariboia, Henoc Pereira, Cooepa, quadra de esportes, além do bairro Lírio dos Vales |
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Manilha lotada de água, além de garrafa, está fixada ao lado da ponte, na avenida José Nunes de Miranda |
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