O Governo do Espírito Santo enviou à Assembleia Legislativa, nesta
terça-feira (08), um projeto de lei que permite aos municípios
beneficiados com recursos do Fundo para Redução das Desigualdades
Regionais utilizarem 30% do montante repassado em ações de controle do
mosquito Aedes aegypti, que causa dengue, zika e chikungunya, e em
diagnóstico e tratamento das doenças. A previsão é de que sejam
repassados R$ 35 milhões aos municípios no próximo ano com essa
finalidade.
O secretário de Estado da Casa Civil, Paulo Roberto Ferreira, explica
que desde 2006 o Espírito Santo conta com o Fundo para Redução das
Desigualdades Regionais, que é formado por recursos que o Estado recebe
de royalties pela produção de petróleo. Um total de 30% desse recurso é
repassado aos municípios, que, pela Lei 8.308/2006, devem utilizá-lo
totalmente para investimento. Este ano, segundo o secretário, atendendo a
um pedido da Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), e em
virtude da crise financeira, 50% do total de recursos repassados podem
ser utilizados em despesas correntes, exceto para pagamento de pessoal.
Para 2016, será ampliado para 60% o percentual de repasse. Assim,
detalha o secretário, 40% dos recursos serão para investimento, 30% para
despesas correntes e 30% para controle do Aedes aegypti, além de
diagnóstico e tratamento das doenças. “Esta é mais uma ação que o
Governo do Estado está tomando para enfrentamento desse problema
gravíssimo. Aquilo que for necessário ser feito o Governo fará para dar
tranquilidade às famílias capixabas”, disse Paulo Roberto.
NÚMEROS
Até o momento, o Espírito Santo registrou 252 casos suspeitos de
infecção pelo zika vírus, sendo cinco confirmados laboratorialmente (04
em Vitória e 01 em Vila Velha). O Estado tem ainda 14 bebês, entre
nascidos e em gestação, diagnosticados com microcefalia, mas ainda sem
confirmação de relação com o zika vírus.
AÇÕES GOVERNAMENTAIS
Desde a segunda quinzena de novembro, a Secretaria de Estado da Saúde
do Espírito Santo (Sesa) está desenvolvendo ações para enfrentar esse
novo e gravíssimo desafio que são as infecções pelo zika vírus.
- Envio de projeto de lei para a Assembleia Legislativa, nesta
terça-feira (08), solicitando liberação de recursos provenientes dos
royalties do petróleo para que os municípios combatam o mosquito Aedes
aegypti;
- Decreto de situação de emergência, publicado no Diário Oficial do Estado do Espírito Santo (DIO-ES) nessa segunda-feira (07);
- Participação do Exército nas ações de combate ao mosquito Aedes aegypti;
- Organização do gabinete de monitoramento da crise formado pela
Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e secretarias municipais de Saúde.
Toda sexta-feira este comitê se reunirá para avaliar o cenário e definir
as prioridades;
- Formação de um comitê de especialistas para monitoramento da situação
(sociedade de obstetrícia, pediatria, infectologia, neurologia e
especialista da Sesa);
- Estabelecimento de parceria com o Núcleo de Doenças Infecciosas (NDI)
da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) para realização de
exames de diagnóstico;
- Envolvimento com as secretarias de Governo parceiras para o combate
ao vetor – Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Secretaria de Governo (Seg)
e Secretaria Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb);
- Mobilização das escolas para conscientização dos pais de ações para combate ao mosquito;
- Solicitação ao Ministério da Saúde de fornecimento de insumos e
equipamentos para a realização de exames no Laboratório Central da Sesa;
- Solicitação ao Ministério da Saúde de inseticidas para ações emergenciais
- Intensificação da mobilização social;
- Mutirão de capacitação em todo o Estado para médicos e enfermeiros de manejo clínico para Dengue, Chikungunya e Zika Vírus;
- Frota de veículo disponível com equipamento UBV;
- Bombas costais a serem utilizadas em áreas com surto/epidemia;
- Campanha na mídia alertando a população acerca dos riscos e informação sobre a importância de controlar o vetor;
- Identificação de servidores para atuar como síndicos em prédios públicos, com conscientização de toda a equipe de governo.
AÇÕES VOLTADAS PARA GESTANTES
- Fluxo de atendimento à gestante permanece o já existente da rede materno-infantil;
- Solicitação ao Ministério da Saúde da inclusão do repelente na
Relação Nacional de Medicamentos (Rename) e o fornecimento imediato de
50 mil unidades;
- Elaboração do Protocolo de Atendimento;
- Reunião com maternidades de alto risco nesta quarta-feira (09).
SAIBA COMO IDENTIFICAR
Sintomas
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Dengue
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Zika
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Chikungunya
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Febre
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É alta, tem início imediato e está sempre presente
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É baixa e pode ocorrer
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Alta e de início imediato. Quase sempre ocorre
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Dores nas Articulações
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Dores moderadas e quase sempre presentes
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Podem ocorrer dores leves
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Dores intensas e presentes em quase 90% dos casos
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Manchas na Pele
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Podem ocorrer
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Ocorrem quase sempre e com manifestação nas primeiras 24 horas
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Ocorrem nas primeiras 48 horas
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Coceira
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É leve e pode ocorrer
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Pode ocorrer e pode ser de leve a intensa
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Ocorre em 50% a 80% dos casos e com intensidade leve
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Vermelhidão nos Olhos
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Não ocorre
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Frequente
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Pode ocorrer
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SAIBA COM PREVENIR
Uma vez que dengue, zika e chikungunya são transmitidas pelo mesmo
mosquito, as formas de prevenção das três doenças são as mesmas e
baseiam-se no controle da proliferação do vetor. São medidas simples, e
talvez por isso algumas passem despercebidas. A dica, então, é fazer uma
lista com tudo o que deve ser verificado dentro de casa e no quintal
para que nenhum item importante seja esquecido.
Outra orientação que deve ser seguida à risca é escolher dias fixos da
semana para fazer vistorias e eliminar os criadouros do vetor, pois o
ciclo evolutivo do mosquito dura, em média, de cinco a sete dias.
Portanto, se a pessoa elegeu o sábado para fazer a vistoria, ela precisa
fazer a limpeza sempre nos sábados. Isso porque se numa semana ela fez a
vistoria no sábado e na outra deixou para fazer na segunda-feira, por
exemplo, já se passou o período evolutivo e novos mosquitos podem ter
surgido.
Recipientes como vasilhas de animais domésticos necessitam ser limpos
com uma boa escovação nas bordas para retirar possíveis ovos do
mosquito. O mesmo deve ser feito com vasos de plantas, tonéis, caixas
d’água e a bandeja que fica atrás da geladeira. Aliás, além de limpos, a
bandeja detrás da geladeira e os vasos de planta devem ser mantidos
sempre sem água.
A escovação desses locais é importante porque a fêmea coloca o ovo na
parede desses recipientes e ele pode ficar lá até 450 dias, ou seja,
mais de um ano. Assim que entrar em contato com a água, em um ou dois
dias o ovo eclode e a larva, que é o primeiro estágio do mosquito, vai
para a água. Daí por diante o mosquito completa sua evolução na água e
depois vai para o ambiente.
O quintal é outro local que pode se tornar um grande depósito de
criadouros do mosquito que transmite dengue e zika, por isso, também
deve ser vistoriado toda semana num dia fixo. É importante manter os
quintais bem varridos, eliminando recipientes que possam acumular água,
como tampinha de garrafa, folhas e sacolas plásticas.
Certifique-se de que as lonas de cobertura estejam bem esticadas para
não haver acúmulo de água quando chover. Coloque garrafas vazias de
cabeça para baixo, e se por algum motivo tiver pneus no quintal,
mantenha-os secos e abrigue-os em local coberto ou descarte-os
corretamente se não tiverem utilidade.
Se a casa tiver que ficar fechada por mais de cinco dias, tempo que o
mosquito leva para se desenvolver, é importante repassar a lista de
verificação antes de sair, lembrando também de manter fechadas as tampas
de vasos sanitários e de ralos pouco usados, como os de áreas de
serviço e de lazer, que tenham a possibilidade de acumular água; fechar
os ralos dos banheiros; e guardar a vasilha de água e de comida dos
animais de estimação.
As informações são das assessorias da imprensa da Casa Civil e Sesa
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