VIRGÍLIO BRAGA
JORNALISTA: 0003539/ES
Aconteceu na última segunda-feira (25) no plenário
da Câmara de Vereadores de Pancas e com portas fechadas, uma reunião entre
vereadores, a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos do município, o
prefeito Agmair Araújo, o Guima (PRP), além de um contador e um superintende da
prefeitura do município. A reunião foi articulada pelo presidente da Casa,
vereador Valdeci Basto, o Nenego (PSL), que foi quem enviou um pedido ao jornal
O Mestre para fazer a cobertura jornalística,
onde foi debatido o reajuste salarial, tíquete de alimentação, plano de
carreira, além da revisão geral anual dos servidores do município referente ao
índice do governo. Dos onze vereadores que essa legislatura possui apenas dois
parlamentares não estiveram presentes, Adelcio Coffler e Carlos Antônio
Vilarino, o Nem, ambos do PT. A reunião foi marcada de cobranças ao prefeito
por parte dos vereadores, além da diretoria do Sindicato, dirigida pelo
presidente Braz Riva, que vêm ressaltando que Guima realizou diversas promessas
de melhorias para os servidores, entretanto, ainda não cumpriu várias delas,
principalmente o desejado plano de carreira dos servidores, que os mesmos vêm
sofrendo com percas salariais afetando seus salários e suas vidas. Em vários
momentos da reunião, o presidente da Câmara se irritava com a falta de
propostas da prefeitura para os servidores. No início, Nenego disse que pediu
ao Sindicato para que levasse sua proposta nesta reunião. Então, Braz Riva levou e
afirmou: “O Sindicato pede 5% de aumento e mais R$ 100,00 no tíquete
alimentação. Essa é nossa proposta que trazemos para cá”, disse Braz Riva. Durante a reunião
Braz ficou bem calado e ouvindo as falas dos vereadores, do prefeito, do contador
e do superintende da “barrosa”. Em diversos momentos o que mais foi falado foi
papo furado pelos representantes da prefeitura, que não levaram nenhuma
proposta para os servidores, mostrando um grande descaso com os mesmos. A
prefeitura alega que a folha de pagamento está em 53,10%, e que por isso não
pode dar mais nada. O limite é de 54%. Também na reunião foi lembrado que Guima
concedeu aumentos nos últimos três anos, o que também ajudou a aumentar o gasto
na folha salarial do município. “Na sessão do dia 11 de abril o Sindicato
esteve em Tribuna Livre da Câmara cobrando soluções e promessas feitas pelo
prefeito Guima. Como presidente da Casa, me posicionei marcando rapidamente
essa reunião entre nós vereadores, o prefeito e o Sindicato, e que foi aberta à
imprensa. Se eu pudesse eu triplicava o reajuste e o tíquete que o Sindicato
pede, mas como eu não sou prefeito não posso conceder. Continuarei cobrando o
Guima para que ele possa dar à revisão geral anual, o plano de carreira, e o
aumento no tíquete alimentação. Sugeri então que seja dado R$ 100,00 no
tíquete, conforme o presidente Braz Riva pede. Os servidores merecem o respeito
por parte da prefeitura. O contador, o superintendente, ambos da prefeitura, e o
prefeito pediram o prazo até o dia 15 de maio para informar o que poderá ser
dado. A partir desta data cobrarei o Guima por diversas vezes, até o mesmo dizer o
que decidiu”. Ainda na reunião,
discursaram em nome da prefeitura, além do prefeito, um contador e um
superintendente. Os mesmos explicaram que além da folha já está no limite, o
município vem perdendo receita durante os últimos anos e, com isso, nenhuma
proposta poderá ser feita até o dia 15 maio, quando, nesta data, a prefeitura
poderá saber se a receita deste mês caiu ou não. Segundo os mesmos,
o município possui 810 funcionários e esse aumento no tíquete de R$ 100,00
poderá até ser dado, mas, quem decidirá será o prefeito Guima. Nenego também
ressaltou que esse aumento no tíquete não vai para o gasto da folha salarial da
prefeitura, e não aumenta o percentual permitido pela Lei de Responsabilidade
Fiscal. Vale ressaltar que à revisão geral anual deve ser dada em janeiro de
cada ano e, a prefeitura tem dormido no ponto e vai postergando para o dia 15 de maio se
concede ou não o que os servidores possuem o direito de receber. Pelo andar da carruagem, se depender
do prefeito nada será dado. Em discurso, Guima mostrou desconhecimento sobre a
lei da revisão geral anual, onde comentava que à Associação dos Municípios do
Estado do Espírito Santo (Amunes) recomenda a não conceder esse tipo de
benefício, onde foi interrompido pela assessoria jurídica da Câmara, que disse
ao prefeito que é constitucional que seja dado essa revisão e que o Sindicato
poderá entrar na Justiça requerendo esse direito para os funcionários públicos
de Pancas. O chefe do Executivo Municipal também ressaltou que tem receio em
deixar as contas do município na pior e afirmou também que quer deixar tudo
corretamente para o próximo prefeito de Pancas, que será empossado no dia 1º de
janeiro de 2017. O prefeito vem deixando claro que não disputará às eleições
deste ano. Também em discurso, Guima fez orientação os jovens e também comentou
sobre o salário dos motoristas da prefeitura, que, segundo ele, recebem um
salário mínimo. Guima disse que prefere capinar, do que trabalhar de motorista
da prefeitura. O prefeito chegou a comentar que um trabalhador da roça recebe
R$ 60,00 por dia. Neste momento, Guima questionou um membro da diretoria do
Sindicato, que é motorista, perguntando-o quantos reais ele recebe. Esse motorista
afirmou: “tenho até vergonha em dizer”. Vale lembrar que o prefeito é a atual
gestor do município e seu cargo tem prerrogativa para reajustar os salários dos
motoristas e demais classes. Já que os mesmos recebem pouco, o prefeito deve
solucionar esse problema, já que está no poder desde 2013 e deixará o comando
de Pancas em dezembro deste ano. A reportagem ressalta que tanto as profissões de trabalhador rural e de motorista são dignas e merecem respeito por todos. Já sobre os jovens, Guima deu um conselho para que
os mesmos não realizem carreira nos quadros da prefeitura de Pancas, devido os
baixos salários. Ele disse que dá tristeza quando vê jovens funcionários da
prefeitura, onde orienta que os mesmos procurem empregos melhores em outros lugares, caso consigam, obviamente. De novo, Guima
esquece que seu cargo pode realizar um plano de carreira para os funcionários,
embora o problema econômico vivido no País complique a situação. O jornal O Mestre continua acompanhando o caso,
que se estenderá ao menos até o dia 15 de maio.
FOTOS: VIRGÍLIO BRAGA
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPrefeitura, sindicado e câmara legislativa cumprindo rigorasamente o seu papel...
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