PM NÃO PARA E DETÉM SUSPEITO QUE PODE SER O ÚLTIMO ENVOLVIDO NO ASSALTO EM PANCAS

VIRGÍLIO BRAGA

JORNALISTA: 0003539/ES

Em operação por cerca de 50 horas ininterruptas, a Polícia Militar deteve mais um acusado de ter praticado o assalto a uma mercearia que fica às margens da Rodovia Laurindo Barbosa, em Pancas, fato ocorrido no último domingo (23). Lucas Neves Pereira, de 23 anos, foi detido próximo a rodoviária do município, na Avenida 13 de Maio, bem no centro de Pancas. A detenção ocorreu por volta das 21h00 desta terça-feira (25). Segundo informações ele chegou ao centro de Pancas através de uma carreta, onde ficou pendurado na traseira da mesma, até a entrada da sede do município, no bairro Oscar Lourenço da Silva, que fica às margens da rodovia citada. O indivíduo estava no caminhão que foi roubado em uma fazenda, e que se acidentou na manhã desta terça, onde estava acompanhado de outros dois bandidos, sendo que um morreu e outro foi detido pela PM. Os três também fizeram dois funcionários dessa fazenda de reféns. Todo o dinheiro do assalto foi recuperado pela PM: R$ 7.083,00, que estava com Lucas Pereira. Ele foi levado para à 15ª Delegacia Regional de Colatina, por volta das 22h00. Com a prisão desse indivíduo, sobe para seis os envolvidos. Além de Lucas, foram presos na manhã desta terça: Werik Reylan dos Santos Vasconcelos, de 20 anos, que estava no caminhão acidentado com Lucas e com um indivíduo identificado apenas como Leandro, que veio a óbito, conforme já foi noticiado. Já nesta segunda-feira (24), três acusados pelo crime foram detidos pela PM: Carlos Roberto do Nascimento, que não teve idade revelada, e sua mulher, Josiane Mendes Rodrigues, 32, além de Pablo Domingos Carreiro, 28, que foi liberado logo em seguida pelo delegado-plantonista, da 15ª Delegacia Regional de Colatina, Ricardo Barbosa. Com a notícia da liberação de Pablo, que possui nove passagens pela polícia, segundo a PM, uma grande indignação ocorreu em Pancas no fim da tarde e início da noite desta terça-feira por parte da população panquense. Na rede social Facebook, por exemplo, além do aplicativo WhatsApp, centenas de comentários contra a decisão do delegado foram postadas. O jornal O Mestre procurou o comando da Polícia Civil do Espírito Santo, no fim da tarde desta terça-feira, via e-mail. A reportagem questionou qual seria o motivo da liberação do acusado de praticar o assalto, que, segundo informações, ainda trocou tiros com a PM no momento em que fugia juntamente com seus comparsas, isso, no domingo. Após ser questionada, a assessora de imprensa da PC, ainda não sabia se Pablo tinha sido liberado ou não pelo delegado Ricardo Barbosa. Mesmo diante das perguntas por parte de O Mestre, a Polícia Civil enviou nota para o jornal, onde não respondeu nada sobre a situação de Pablo. Durante a noite desta terça, o jornal começou a ouvir especialista na área do Direito, para repercutir o caso, onde, alguns apontaram que a liberação foi errada. Um caso semelhante aconteceu também em Pancas, no distrito de Laginha, contudo, todos os indivíduos envolvidos no assalto há um banco foram autuados pela Polícia Civil e foram para trás das grades. O fato aconteceu em março de 2014. Um especialista enviou ao O Mestre, as seguintes informações a respeito: “O quarto tipo de flagrante é o impróprio, também chamado de imperfeito, quase-flagrante ou irreal. É a situação descrita no inciso III, do artigo 302 do Código de Processo Penal. Ocorre quando “o agente é perseguido pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer outra pessoa logo após a prática do fato delituoso, em situação que faça presumir ser autor da infração” (Bonfim, p. 406). Para que ocorra esse tipo de flagrante, é imprescindível que a) haja perseguição do agente logo após a prática do delito; b) esteja em situação que faça presumir sua autoria. Nas palavras de Renato Brasileiro de Lima, trata-se de requisitos de atividade/temporal e circunstancial (p. 1278). Já Paulo Rangel (p. 591) entende que são três outros os requisitos para caracterização do flagrante irreal: a) volitivo (vontade das pessoas mencionadas no artigo), b) temporal (logo após) e o fático (o agente se encontre em situação que faça presumi-lo autor da infração)”. O jornal O Mestre continuará tentando obter as informações da Polícia Civil, pedindo esclarecimento e abrindo espaço para à instituição e também para o delegado Ricardo Barbosa. Também serão procurados outros especialistas na área para assim obtermos maiores detalhes. O acusado que foi liberado, só será preso, isso se a polícia o encontrá-lo, após o juiz do município expedir um mandado de prisão, o que deverá acontecer nesta quarta-feira (26). Foi nítida e notória a frustração dos policiais militares quando souberam da liberação do acusado. Cerca de 50 PMs fizeram buscas na região do crime com intuito de prenderem os acusados. Em sua maioria, vários não dormiram, mal se alimentaram, além de ficarem sujos diante das ações. Policiais militares de Pancas, Alto Rio Novo e de Colatina, além de um helicóptero não pararam um minuto sequer até prenderem todos. As prisões também tiveram apoio do Grupo de Apoio Operacional (GAO) de Pancas e Colatina. A população do município elogiava a ação dos PMs, em frente ao DPM do Pancas, quando o último acusado era encaminhado para Colatina. O inquérito do crime já está nas mãos do titular da Delegacia de Polícia Civil, delegado Renan Alves dos Santos.

 FOTO: VIRGÍLIO BRAGA

Lucas Neves Pereira, de 23 anos, foi detido pela PM, na noite desta terça-feira (25), no centro de Pancas. O dinheiro roubado foi recuperado: R$ 7.083,00

                      FOTO: FONTE

Werik Reylan dos Santos Vasconcelos, de 20 anos

Populares acompanharam desde domingo (23), em frente ao DPM, a ação da Polícia Militar, que deteve vários bandidos envolvidos no assalto. Eles elogiaram o trabalho dos policiais militares