Um homem de 49 anos, que possui deficiência mental, teve seu benefício assistencial cortado pela Previdência Social. Desde março de 2020, José Roberto de Souza, que reside na pequena propriedade de seu irmão Adílson Ferreira de Souza, de 39 anos, no córrego Vargem Alegre, zona rural de Pancas, parou de receber o benefício de Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social (BPC-LOAS). A reportagem do jornal O Mestre esteve no local na última quarta-feira (30-03), após sugestão de reportagem de um morador que reside na mesma localidade. Robertinho, como é tratado por seus familiares, segundo um laudo médico divulgado por seu irmão Adílson, possui retardo mental, epilepsia e distúrbio de comportamento. Segundo Adílson, que é o tutor de seu irmão, Robertinho recebeu o benefício por mais de vinte anos. Após seu pai (que tem 77 anos) ter conseguido se aposentar, Robertinho teve o benefício assistencial cortado. O pai também reside na propriedade do filho Adílson, numa residência muito simples, e tem muita dificuldade para se sustentar. Adílson reside ao lado e possui esposa e dois filhos. O casal trabalha na roça. Para a família, após o corte do benefício de José Roberto, a situação ficou complicada para custear todas as necessidades que o homem precisa, como remédios, alimentação, etc. “Ele toma cinco remédios por dia, sendo nove comprimidos. Três remédios eu compro, e dois são distribuídos pelo município. Eles são caros. A situação está muito difícil depois que o benefício dele foi cortado em março de 2020. Fui ao INSS de Colatina algumas vezes e não conseguimos atendimentos”, disse Adílson. Durante todo o momento em que a reportagem se encontrava na localidade citada acima, Robertinho mostrava a barriga. Seus familiares disseram que ele precisa fazer uma cirurgia de hérnia e por isso ele fica passando a mão na barriga, principalmente no umbigo. Os procedimentos para a cirurgia foram feitos, mas até o momento ela não foi marcada, segundo seu irmão. Ainda de acordo com Adílson, uma ação foi ajuizada por uma advogada. Ele não tinha informações como anda o processo de seu irmão, que tramita no Juizado Especial da Subseção Judiciária de Colatina (Justiça Federal). A reportagem também procurou a advogada da ação. Segundo Elisângela Kumm, uma visita social será feita no domicílio de José Roberto no dia 21 de maio deste ano. “(Será) uma visita pelo assistente social indicado pelo juiz federal para averiguar as condições em que vive o José Roberto, bem como familiares que residem com ele nessa residência. Na verdade, é uma investigação para saber se ele está de fato incapacitado, e se os familiares que moram como ele possuem ou não condições financeiras”, explicou a advogada. “A intenção é mostrar que ele necessita do benefício LOAS para sua subsistência, vez que a família não possui condições para isso, sem prejudicar seu próprio sustento”, completou a advogada Elisângela Kumm. O jornal O Mestre continuará acompanhado o caso, para saber qual será a decisão da Justiça Federal. Não é o primeiro caso que a Previdência Social corta benefício assistencial para pessoas que possuem algum tipo de deficiência, principalmente mental. De conhecimento do jornal O Mestre, outro fato parecido aconteceu na sede de Pancas, mostrando total descaso por parte do órgão federal.
FOTOS: VIRGÍLIO BRAGA
Adílson e José Roberto (à direita). Robertinho teve o benefício cortado |
Residência onde mora Robertinho |
Fogão a lenha |
Córrego Vargem Alegre. Localidade fica atrás das gigantescas pedras que cercam os bairros Sebastião Furtado, Lírio dos Vales e Operário, ambos localizados na sede de Pancas |
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Muito obrigada pela prestação de serviço 👏👏
ResponderExcluiracho isso um absurdo que eles cortaram o benefício dele
ResponderExcluirInacreditável mesmo
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